A curva de Phillips pode ser explicada como um fenômeno de “trade-off” (expressão que define uma situação em que há conflito de escolha, ou seja, visa à resolução de um problema, mas acarreta outro, obrigando uma escolha), entre inflação e desemprego, nos permitindo analisar a relação entre ambos os pontos no curto prazo.
A teoria foi desenvolvida na década de 1950, através de um estudo do economista William Phillips, com dados da economia do Reino Unido, entre os séculos XIV e XX, e destaca que quando o mercado de trabalho se contrai, os trabalhadores se tornam mais raros e, portanto, ganham salários maiores. Com isto, a inflação que resultará terá de ser compensada por taxas de juros mais altas dos bancos centrais.
De acordo com Froyen (2001), acompanhando a visão de monetaristas, o “trade off” entre as taxas explicadas pela curva de Philips, pode ser observado somente no curto prazo. De acordo com Friedman, as relações entre a oferta dos fatores de produção, inovações tecnológicas e instituições econômicas (como o Banco Central), determinam a estabilidade entre o produto e a taxa de emprego no longo prazo.
Existe, então, uma questão de escolher entre o que for menos ruim. Deve-se considerar se o custo da redução do crescimento econômico
(e consequentemente a elevação da taxa de desemprego) é menor para os menos favorecidos que o custo da inflação, que minimiza o poder de compra, e mitiga o processo de planejamento de investimentos. De forma geral, combater a inflação oferece um maior desenvolvimento econômico a médio e longo prazo, bem como uma evolução nos padrões de vida dos menos favorecidos, uma vez que seu poder compra é mantido, e em alguns casos, até alavancado.
Desta forma, se houver um aumento na inflação, é possível que isto acarrete em uma queda da taxa de desemprego. Mas, se a pobreza for muito relacionada à taxa de inflação e pouco relacionada a taxa desemprego, isto pode não ser oportuno.
De acordo com Agostinho Celso Pascalichio, mestre em Teoria Econômica pela University Of Illinois at Urbana-Champaign/USA e professor nas áreas de finanças e economia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o ponto crítico desta teoria é que, para a inflação abaixar, é necessário que o desemprego aumente. A teoria é vista com certa limitação, uma vez que, com o desejo de crescer economicamente, algumas nações aceitem um determinado nível de desemprego. Ainda de acordo com o professor, este é o motivo pelo qual esta relação pode não ser aceita por todos os estudiosos da economia brasileira.
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