Recessão americana e mundial à vista em 2022?

Recessão americana à vista?

Os ativos americanos estão em queda?  Qual é o risco de uma recessão americana e mundial? 

Estamos enfrentando uma temporada de baixa nos preços das ações americanas.   

 

O índice S&P500 das principais ações americanas caiu 18% em relação à máxima histórica de janeiro 2022, dez pontos percentuais dos quais só no mês de abril 2022. O índice está flertando com o território que caracteriza um mercado em baixa, ou seja, uma queda de 20%. O NASDAQ, um benchmark para as ações de tecnologia caiu bem além desse nível. Desde novembro 2021, caiu 29%. Dados característicos que poderiam sinalizar um cenário recessivo? 

 

Por cerca de 18 meses, desde que a inflação começou a subir, os investidores se preocuparam com o quanto o Federal Reserve apertaria a política econômica e como isso seria doloroso para os preços dos ativos. A reunião do Fed em 4 de maio, na qual o banco central americano elevou as taxas em 0,5 ponto percentual demonstrou que será muito dolorosa flertando com um início de recessão. 

 

O mercado espera que o Fed aumente as taxas de juros em mais 1,9 ponto percentual este ano, mesmo com a redução rápida de seu balanço patrimonial. E quanto mais arraigada a inflação se tornar, mais agressivo o Fed terá que ser. Preocupantemente, as famílias americanas esperam que a inflação esteja acima de 6% ao ano a partir de agora e quase 4% em três anos, de acordo com uma pesquisa do Federal Reserve Bank de Nova York em 9 de maio. 

 

Taxas de juros reais mais altas corroem o valor presente dos fluxos de caixa futuros. A venda acelerada de ações foi cruel para ações de tecnologia cujas avaliações se baseiam em expectativas de ganhos muito maiores no futuro. Pela mesma razão, os preços dos títulos de Renda Fixa com vencimentos mais longos caíram fortemente. Muitos ativos especulativos sem fluxos de caixa se saíram ainda pior. O Bitcoin era negociado a cerca de US$ 27.000, metade de seu valor em novembro de 2021 quando este artigo foi escrito. 

 

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Uma questão que devemos levar em consideração é se a queda do mercado sinaliza problemas mais profundos na economia. A taxa de desemprego nos Estados Unidos é de apenas 3,6% e mais de 11 milhões de empregos permanecem vagos. Mas quanto mais tímido for o Fed, maior a probabilidade de causar uma recessão. Enquanto isso, a guerra na Ucrânia alimentou os preços da energia. E a política de zero covid da China está prejudicando sua economia e aumentando os problemas da cadeia de suprimentos em todo o mundo. 

 

A outra questão é se a turbulência no mercado financeiro pode eventualmente amplificar os problemas econômicos, em vez de apenas refleti-los aumentando ainda mais o risco de recessão.  Ao longo da última década, os mercados de dívida e de ações desempenharam um papel maior nas finanças, em parte devido a uma regulamentação mais rígida que inibiu empréstimos e negociações arriscados por parte dos bancos.

A maioria das hipotecas das famílias agora se origina fora do sistema bancário e são emitidas como títulos e detidas por investidores. As empresas americanas obtêm 57% de suas dívidas de investidores no mercado mobiliário, contra 45% em 2007. Os bancos desempenham um papel menor como intermediários nos mercados financeiros com seu lugar agora ocupado por empresas especializadas na negociação destes ativos. 

 

Essas mudanças estruturais na maneira como as finanças funcionam podem significar que os mercados estão mais propensos a crises de negociação errática e colapsos nervosos que podem levar a recessão. Os reguladores, assim como muitos investidores, temem que o novo mercado do Tesouro possa travar em tempos de estresse, causando tensões na economia real. Movimentos violentos nos mercados de ativos podem ter mais efeito não apenas nas economias para a aposentadoria das pessoas e nos preços das ações das empresas, mas também em sua capacidade de tomar empréstimos. 

 

Como os rendimentos do Tesouro de dez anos subiram de 1,6% em janeiro para 3%, as taxas de hipoteca nos Estados Unidos dispararam de 3,0% para 5,3%.  As empresas com maiores níveis de risco estão começando a encontrar dificuldade em emitir dívida. O primeiro trimestre de 2022 foi o mais lento para emissões desta sorte de empresas desde 2016. Algumas empresas têm dificuldades para atrair investidores, mesmo oferecendo dois dígitos de rentabilidade. 

 

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