A curva de Juros e a sua predição de recessões

curva de juros

Uma curva de juros invertida tem alguns significados e, geralmente, não encontramos boas notícias. Será então, que a rentabilidade dos títulos de renda fixa pode ajudar a prever recessões?

 

Nas últimas três recessões, a curva de juros dos títulos do governo “inverteu”, o que significa que os rendimentos dos títulos de longo prazo caíram abaixo dos títulos de curto prazo. Economistas e investidores parecem indiferentes ao fato quando os indicadores econômicos se encontram estáveis, porém encontramos motivos para ligar o sinal de alerta nos mercados de títulos.

 

Não há nada particularmente mágico sobre o poder preditivo da curva de juros. As taxas de juros de curto prazo são esmagadoramente determinadas por mudanças nas taxas de juros “overnight” dos bancos centrais.  Afinal, as taxas de longo prazo refletem a taxa média de curto prazo ao longo da vida de um título somada ao “prêmio de prazo”: um retorno extra para que o investidor aceite correr um risco durante um prazo mais longo.

 

Em termos gerais, a curva de juros inverte-se frequentemente quando se espera que um Banco Central passe de um período de aperto monetário para um de flexibilização monetária. Tais transições acontecem geralmente na época em que uma fase de crescimento termina para o início de uma recessão.

 

O avanço da curva de juros ao longo dos últimos anos ocorreu quando bancos centrais começaram a elevar a sua principal taxa de juros, a fim de evitar que um longo período de expansão causasse pressão inflacionária. O aumento das taxas, em algum momento, acaba por dar lugar a cortes nas taxas, muito provavelmente quando os tomadores de decisão das políticas monetárias passam a se preocupar com a possibilidade de um crescimento lento. Nesse ponto, uma recessão pode estar por vir.  A Inversão da curva de juros é um alerta.

 

O presságio da curva de juros não é simplesmente a sabedoria popular. A pesquisa geralmente conclui que a curva de juros é um indicador útil das condições econômicas futuras. Modelos preditivos simples baseados na curva de juros, empiricamente, são melhores do que os estudos profissionais voltados a prever recessões alguns trimestres à frente.

 

No entanto, também há algo de estranho no poder duradouro do indicador de curva de juros. Um sinal confiável de que uma recessão se aproxima deve incitar os bancos centrais a ações preventivas. Isso deve ajudar a evitar a recessão, destruindo assim, o poder preditivo do indicador.

 

Portanto, existem duas razões potenciais pelas quais a curva continua sendo um bom preditor. Uma é que os bancos centrais cometem erros.  As recessões acontecem quando os bancos centrais ficam tensos e apertam demais a economia.  Quando isso ocorre, a curva se inverte e como os efeitos da política monetária só são sentidos depois de algum tempo, e pela desconfiança do mercado, a curva de juros retém seu poder preditivo.

A segunda razão para continuar observando a curva de juros é que os bancos centrais geralmente se preocupam mais com a alta inflação do que com o aumento do desemprego.

 

Outros fatores também ajudam a prever a recessão.  Esses fatores fazem parte do modelo Macroeconômico criado pela Brava (não inventamos nada, apenas observamos os acontecimentos e levamos em consideração o “consenso” dos principais economistas mundiais e mercados para criar nosso modelo preditivo) e esperamos poder detalhá-los e discuti-los em breve em nossos próximos artigos.

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