Se você é empresário é muito provável que já tenha notado reticência dos bancos em conceder crédito ou renovar linhas já tomadas. É possível que, a depender da situação e perspectivas financeiras para seu negócio, o banco sequer renove ou tenha renovado uma linha que vinha mantendo a sua empresa há anos.
O que está acontecendo é relativamente simples de se explicar, e alguns números ajudam. De modo geral, com o ambiente recessivo tomando conta da economia – o boletim Focus do Banco Central, de 29 de maio, mostra uma expectativa do mercado de queda de 1,27% do PIB neste ano – a concessão de crédito torna-se mais seletiva. Isso porque aumentam as chances de a empresa não conseguir gerar o caixa suficiente para honrar suas obrigações, gerando perdas no resultado do banco.
Estes prejuízos são facilmente identificáveis nos resultados recentes dos 3 maiores bancos no Brasil. O ItaúUnibanco, por exemplo, reportou aumento de 19,5% nas despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD – provisão para devedores duvidosos) no 1T15 vs o 4T14. No Bradesco, o aumento ficou em 8,3% e no Banco do Brasil este aumento foi de 15,3%. O aumento da PDD, uma despesa, diminui a rentabilidade do banco, que passa assim a restringir e tornar-se cauteloso na concessão do crédito.
Neste cenário, o empresário deve buscar negociar bastante a possibilidade de renovação e as condições para tal com seu banco. Alternativas de crédito como o desconto de recebíveis ou mesmo empréstimos com garantias imobiliárias podem ser usadas para dar fôlego necessário às operações de sua empresa em um ano bastante difícil como deve ser 2015. Cortar custos será necessário. Quem sobreviver, porém, poderá emergir vitorioso num cenário de recuperação, pois muitos competidores ficarão pelo caminho.
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