Capital Flexível
O papo de crédito de hoje reproduz o nosso sentimento sobre os desafios do cenário atual para as empresas. Muito se leu nas últimas semanas a respeito da fraca ou quase nenhuma demanda das empresas por empréstimo no Brasil. Será que é mesmo verdade?
Neste cenário de liquidez empossada, altos níveis de inadimplência, taxas de juros proibitivas e contração da demanda, aconteceu uma espécie de congelamento na estrutura de capital das empresas, com uma tendência a forte elevação das despesas financeiras e do total do endividamento, que cresce na inércia do cenário.
O fato é que neste cenário inerte, trocar dívidas de curto prazo tem sido sempre pior para as empresas. Não se resolve o problema ao mesmo tempo em que se agrava o quadro de exposição, fazendo crescer o risco do negócio.
O acesso a uma estrutura de capital diferenciada, passa pela prática já disseminada entre as companhias abertas, e veículos de investimento presentes em nossos Mercado e de altas doses de governança.
A saída para a crise, passa pela revisão, em caráter urgente, das práticas de governança que levam a institucionalização das empresas, dos negócios e das iniciativas.
O acesso a recursos de longo prazo junto a investidores de equity – participação no capital das empresas – reestrutura o capital, reduz o tamanho do endividamento, aliviando a febre dos prejuízos na operação.
O capital de longo prazo tem custo, algumas vezes superior ao custo do capital de curto prazo, dado o seu caráter participativo, entretanto, é o que chamamos de estrutura flexível, onde em momentos como este, o capital flexível defende a empresa, que deixa de distribuir dividendos, por exemplo, preserva o seu caixa, resguardando a estrutura do negócio para quando a demanda retomar.
Não existe sobrevivência sem flexibilidade, em qualquer caso!
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