Passivo Contingencial

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Um passivo contingencial é um potencial passivo que possa gerar uma obrigação, dependendo do resultado de um evento futuro incerto. Este passivo é gravado nos registros contábeis se a contingência é provável e se o montante desta obrigação possa ser razoavelmente estimado.

As regras contábeis para o reconhecimento de um passivo contingente definem que, uma obrigação será reconhecida como passivo nas demonstrações financeiras quando for provável que ocorra saída de recursos na sua liquidação e, ainda, quando o valor dessa liquidação possa ser medido em bases confiáveis.

Para melhor entendimento sobre o tratamento contábil dos passivos contingenciais abaixo listamos quatro exemplos que explicitam este tratamento:

Exemplo 1: A construtora CONSTRUINDO LTDA. tem uma pendencia judicial de R$ 300.000,00 com um cliente que a processa por danos causados a sua casa por um prestador de serviço contratado pela CONSTRUINDO.

Exemplo 2: A consultoria de marketing MKT LTDA. tem uma pendencia judicial com um funcionário que foi demitido e alega que o motivo da demissão é por ele estar muito velho para o cargo, sendo assim processa a MKT por preconceito. O Departamento jurídico da MKT acredita que este processo tenha força, mas que não é possível estimar o montante a ser pago caso perca esta ação

Exemplo 3: A construtora CONSTRUINDO LTDA. recebeu uma carta de uma pessoa que alega que uma pedra escorregou de um de seus caminhões e trincou o para-brisa de seu carro.

Exemplo 4: A fabricante de eletrônicos ELET LTDA. da garantia de 2 anos para sua linha de televisores. Seu departamento de engenharia estima que apenas 2% de seus televisores apresentarão em 2 anos e deverão ser trocados pela garantia concedida. Cada televisor tem preço de custo de R$ 500,00 e a empresa registrou a venda de 3.000 televisores nos últimos 2 anos.

Irão ser contabilizados como passivos contingenciais nos livros da respectiva empresa apenas os exemplos 1 e 4, pois ambos podem ter seu montante estimado e provavelmente acontecerão. O exemplo número 2 não irá para os livros, porém pode ser indicado nas Notas sobre seus demonstrativos. Já o exemplo número 3 provavelmente não irá para os livros nem para as notas por ser um caso remoto e de pouca importância, sem ter o seu montante estimado.

A forma das empresas protegerem o patrimônio da ocorrência futura de fatos ainda incertos, porém previsíveis e possíveis de serem mensurados de forma razoável, é a constituição de reserva. A empresa poderá destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercícios futuros, a diminuição do lucro decorrente da provável perda, cujo valor possa ser estimado.

Apesar de um passivo contingencial reduzir o rating da empresa, aumentando seus passivos, é importante que os acionistas e os credores sejam informados sobre possíveis perdas, mas um investidor, por sua vez, pode se sentir desconfortável, após um passivo contingente não revelado é realizado, ou até mesmo quando ele encontra evidências de passivos contingencias que não são informados nos Livros. Esta omissão de passivos pode levantar a bandeira vermelha para o investidor, deixando o investimento mais oneroso, ou até mesmo inviabilizando o mesmo.

A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões ou responsabilidades que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Ativos contingenciais, do mesmo modo que os passivos, apenas entram nos Livros se esses ativos contingentes forem prováveis e puderem ser estimados de forma razoável, estes por sua vez elevam o rating da empresa, demonstrando possíveis ganhos inerentes a operação, valorizando a empresa.

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